Fera chama para briga os alemães
2nd outubro 2015 · 0 Comments
XE, o mais acessível da gama Jaguar, disputa com Mercedes-Benz, Audi e BMW
Rio – Entrar exatamente no meio do ringue da eterna briga entre BMW e Mercedes-Benz não é fácil. Mas a Jaguar ousou com seu novo modelo ‘ de entrada’, o XE, lançado no Brasil importando também a possibilidade de ser produzido localmente. Dado como certo para ser nacional até outro dia, o XE sofre com a crise cambial e com suas partes cotadas em libras, a R$6,50. Fica pesado e pouco competitivo diante das alemãs.
Desenho esguio rendeu ao XE prêmios de design e o recorde de aerodinâmica entre os Jaguar. Carroceria é feita em boa parte de alumínio
Foto: Divulgação
‘LIGHT’
Mas o inglês-indiano tem seus trunfos. A estratégia da marca foi criar um modelo quatro cilindros mais forte que o classe C e o série 3 de entrada e um modelo topo, V6, também com maiores atributos de potência que os concorrentes. Assim, ele entra bem no meio do ringue como opção a ser considerada. O Audi A4 já conseguiu isso.
Muito bem acabado, o XE entrega materiais de qualidade e design primoroso. Não há detalhe que tenha escapado ao capricho das pranchetas eletrônicas de Conventry. Na contramão dos demais, usa o alumínio ostensivamente. Quase 75% da estrutura é feita em material leve o que resulta em 130 quilos a menos do que uma carroceria similar de aço. Alumínio também no motor e ainda partes em magnésio. Tudo em nome da performance, que é beneficiada pelo melhor coeficiente aerodinâmico de um Jaguar, este aliás, o menor dos já produzidos.E por falar em aerodinâmica, esta carroceria tem várias partes coladas com cola aeronáutica e rebites, o que reduz as peso e tensões em pontos de solda.
Muito bem acabado, o XE entrega materiais de qualidade e design primoroso. Não há detalhe que tenha escapado ao capricho das pranchetas eletrônicas de Conventry
Foto: Divulgação
V6 FOI MAL
Na estrada aceleramos o XE de quatro cilindros turbo e 240 cv de potência. Montado sobre câmbio sequencial de oito marchas, o carro é ágil e atende às demandas de conforto, próprias de um sedã, e de esportividade, característica da marca. A esportividade reside também na aceleração consistente e nas retomadas.
Com a performance como discurso, o XE aborda muito bem curvas de alta e de baixa velocidades, com excelente distribuição de massas a 50%. Para tanto a marca instalou a bateria na traseira e fez a tampa da mala em aço. Na suspensão dianteira tipo duplo ‘A’ e na traseira multilink, com muito alumínio, está outra resposta do conceito. Consequências ainda nas frenagens mais curtas. Isso no uso rodoviário.
A avaliação do XE S, o topo de linha, com motor de seis cilindros em V (um V8 com menos dois cilindros), e 340 cv, com supercompressor, feita na pista do autódromo Velo Cittá, em Mogi Guaçu, SP, considerei que o sedã acabou prejudicado. Apesar da potência, a rolagem de carroceria entregava o sacrifício ao conforto. O carro apresentava superaquecimento após algumas voltas e o piloto que nos acompanhava avisou: “Ele não é feito para isso” e comandou o retorno aos boxes.
Os preços são R$ 169,9 mil para o quatro cilindros e R$ 299 mil para o V6.