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Projeto retrata superação de mulheres vítimas de violência doméstica

28th dezembro 2015   ·   0 Comments

“Muitas vezes, quando contam suas histórias, elas são vistas como vítimas para sempre. Nós nos importamos com elas e as amamos”, diz criadora do “Unconventional Apology Project”

Mulheres que sofrem de violência doméstica, abusos e agressões podem carregar o trauma e basearem suas vidas em cima desse sofrimento. Mas as participantes do projeto “Unconventional Apology Project” (Projeto de desculpas não convencionais, em uma tradução livre para o português) acreditam que, agora que são sobreviventes, têm muito da vida para aproveitar. As informações são do site do jornal “Huffington Post”.

“Esse projeto é uma forma de pedir desculpa para essas mulheres pela forma como a sociedade não se importou com suas histórias e suas vidas. Muitas vezes, quando contam suas histórias, elas são vistas como vítimas para sempre. Nós nos importamos com elas e as amamos”, explica Chantal Barlow, a idealizadora do projeto.

Chantal Barlow

Chantal Barlow

Foto: Unconventional Apology Project / Chantal Barlow

A avó de Barlow, Mableine Nelson Barlow, foi assassinada pelo marido (avô de Barlow) durante uma briga, quando ele estava bêbado. O assunto sempre foi evitado dentro da família. “Quero mostrar para a sociedade que existem sobreviventes desse mundo”, diz Barlow. Por isso, as mulheres fotografadas sempre estão sorrindo.

Todas as mulheres do projeto possuem narrativas trágicas, mas poderosas, que incluem vítimas de parceiros ou mesmo histórias de outros membros da família que sofreram violência doméstica, como o caso de Chantal Barlow. São mulheres de todos os cantos e diferentes em etnia, idade e sexualidade. O que as junta são as histórias de vida e o fato de mostrarem o rosto, e a superação, para o mundo. Conheça algumas delas:

Joquesse Eugenia Chambers

Joquesse Eugenia Chambers

Joquesse Eugenia Chambers

Foto: Unconventional Apology Project / Chantal Barlow

Joquesse sofreu com agressões severas de sua namorada por coisas pequenas, como demorar demais para escolher a roupa que vai comprar no shopping. “Eu quero que as pessoas vejam que isso não tem cara, pode ser qualquer um. Se alguém está passando por isso agora, é muito importante tentar achar uma saída e descobrir que é amado. Eu não sei você, mas eu te amo.”, diz Joquesse.

Dr. Susan Hammoudeh

Dr. Susan Hammoudeh

Dr. Susan Hammoudeh

Foto: Unconventional Apology Project / Chantal Barlow

O relacionamento de Susan com o namorado começou a ser caótico quando se iniciaram os assédios morais por meio de xingamentos e duras palavras e logo alcançou o estágio de abuso sexual e físico, quando ele começou a beber muito. “Isso não me define, é uma parte da minha história. Eu perdoo porque é a única forma de eu deixar isso passar. Foi o que eu fiz e foi muito libertador.”, explica Susan que se tornou advogada para defender as mulheres.

Peggie Reyna e sua filha Dream Morse

Peggie Reyna

Peggie Reyna

Foto: Unconventional Apology Project / Chantal Barlow

Peggie se casou aos 16 anos com um agressor e ficou com ele por 12 anos e meio. A gota d’água foi quando ele a deixou com a mandíbula e nariz quebrados, sem dentes e com sangue escorrendo do ouvido, o que causou surdez profunda. Foram precisas várias cirurgias para recuperá-la. Sua filha, Dream, também casou com um homem agressor e viveu muitos abusos até que um dia ele colocou uma arma na cabeça dela e a matou.

“Eu não me sinto mais culpada ou responsável pela violência que aconteceu na minha vida ou na da minha filha. Eu me sinto livre em poder contar o que aconteceu.”, revela Peggie.

Tamieka Smith

Tamieka Smith

Tamieka Smith

Foto: Unconventional Apology Project / Chantal Barlow

Tamieka sofreu com violência por causa do ciúmes. O parceiro acreditava que ela mantinha um relacionamento extraconjugal. A última vez que ela foi agredida, ele segurou em seu pescoço e disse que iria matá-la. Ela escapou, pegou tudo que conseguiu e saiu de casa junto com as crianças. “Compartilhar isso me faz sentir mais forte. Depois de tudo, eu me senti inútil”.

Zoë La Placa

Zoe La Placa

Zoe La Placa

Foto: Unconventional Apology Project / Chantal Barlow

Zoë começou a se auto violentar quando os assédios verbais e morais de seu parceiro começaram a piorar. Mesmo recebendo conselhos de pessoas próximas para não fazer dele o seu mundo, Zoë manteve o relacionamento por 9 anos e sofreu as consequências disso. “Não tinha ideia nenhuma do quão incrível eu era. Hoje em dia eu entendo e sou feliz se puder ajudar as pessoas com a minha história.”, conta ela.

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