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‘Mad Max’: de jornada do herói à perda de protagonismo

8th julho 2016   ·   0 Comments

O personagem passa por uma evolução complexa de personagem que, 30 anos depois, reflete em sua nova história

Quando o primeiro filme da franquia “Mad Max” foi lançado, em 1979, um novo cenário pós-apocalíptico foi apresentado na indústria cinematográfica. Em um mundo onde todos os recursos são esgotáveis e a maior guerra é por água e gasolina, cada pessoa precisa aprender a se virar individualmente ou encontrar um grupo que inspire uma aliança.

Tom Hardy e Charlize Theron em

Tom Hardy e Charlize Theron em “Mad Max – Estrada da Fúria”

Foto: Divulgação

Max sempre gostou de seguir caminho solitário. A trajetória do personagem se encaixa perfeitamente na jornada do herói de Mad Max: no começo, não tinha a loucura que carrega nos nomes dos filmes – era apenas mais um dos sobreviventes tentando encontrar seu lugar. De repente, ele se apaixona e tem alguém ao seu lado, por quem ele se preocupa e zela, até que a levam dele.

Jessie é assassinada por uma gangue rival de Max. A partir desse momento, ele se transforma no Mad Max que o título promete, só saindo do isolamento completo para conseguir os suprimentos necessários para sua sobrevivência. Mas, em meio às condições precárias em que o mundo se encontra, a decisão mais sábia para Max era seguir sua jornada sozinho. Até os acontecimentos do último filme, “Mad Max: Estrada da Fúria”.

Apesar de levar o nome de Max, agora vivido por Tom Hardy após ter consagrado Mel Gibson no papel, o protagonismo do filme não é mais do personagem, mas sim de Furiosa, interpretada por Charlize Theron na nova sequência que foi aclamada pela crítica e pela academia.

O australiano George Miller orienta Tom Hardy no set de

Com George Miller de volta à direção, o filme se passa 30 anos depois da trilogia original, mas o universo pós-apocalíptico proporcionado apenas pela franquia segue presente. Logo no início, Max é capturado por uma comunidade e é usado como bolsa de sangue para os feridos. O grupo é governado por um ditador que utiliza de sua grande reserva de água para controlar a população. Ele captura pessoas para servirem como reservas de sangue, mulheres como amas de leite e tem até aquelas que servem apenas para carregar seus filhos. No entanto, Furiosa é uma das pessoas em que mais confia – até que ela resolve fugir, e não vai sozinha.

Ela leva todas as mulheres que eram usadas para gerar filhos junto com ela, e é aí que se inicia a maior perseguição em tela de todos os filmes da franquia. Com alguma certa relutância, Max entra em cena junto com Furiosa e a ajuda. Os dois personagens tem o mesmo tempo em tela, mas é claro desde o princípio a quem pertence o protagonismo.

O filme foi, sem dúvida, o melhor da franquia Mad Max, e ele não existiria sem Furiosa. Com atuação impecável, Tom Hardy também deixou para trás todas as dúvidas que o público fomentou sobre sua capacidade de dar sequência ao trabalho de Mel Gibson. O filme passou por muitas tentativas de ser produzido ao longo dos últimos anos, sempre encontrando obstáculos em seu caminho, ao ponto de os fãs começarem a duvidar de que a história teria capacidade de render sem decepcionar aos que acompanham a franquia. A perda do protagonismo de Max não foi um defeito para o novo filme, muito pelo contrário: foi o que o salvou.

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