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Diversidade no cinema marca abertura do London Film Festival 2016

6th outubro 2016   ·   0 Comments

O drama “A United Kingdom” abriu a 60° edição do London Film Festival nesta quarta-feira (5). Evento segue até o dia 16 de outubro

Com foco na diversidade no cinema, o London Film Festival teve início nesta quarta-feira (5) com a première de “A United Kingdom”, estrelado por David Oyelowo (“Selma”) e Rosamund Pike (“Garota Exemplar”).

Rosamund Pike e David Oyelowo são as grandes estrelas do filme

Rosamund Pike e David Oyelowo são as grandes estrelas do filme “A United Kingdom”

Foto: Divulgação

Trata-se do primeiro filme dirigido por uma mulher negra – Amma Asante – a abrir o festival, que completa 60 anos em 2016 e busca promover a diversidade no cinema nesta edição.

O longa-metragem conta a história real de Seretse Khama (David Oyelowo) – rei de Bechuanaland, atual Botswana, na África – e da datilógrafa inglesa Ruth Williams (Rosamund Pike). Os dois se casaram em 1948 e enfrentaram a oposição de suas famílias e do governo de seus respectivos países para viver o romance inter-racial.

“Tudo que estamos vendo com “A United Kingdom” é uma reflexão do país em que vivemos. Amma dirigir este filme não deveria ser especial. É especial para mim, artisticamente, mas não deveria ser especial porque [se trata] de uma mulher, já que as mulheres constituem 50% da população do mundo. Mas estamos aqui. Ainda estamos neste patamar”, desabafou Oyelowo durante a coletiva de imprensa para promover o filme.

Trama é baseada em uma histórial real

“Minha esperança é que, quando as pessoas virem esse filme, eles verão a si mesmos em Ruth e Seretse. Eles verão a historia deste país. Eles nos verão como pessoas de descendência africana e como isso se intercala com a história britânica, inescapavelmente, e por que somos orgulhosos de nós britânicos e orgulhosos de nós africanos e, com o tempo, isso será cada vez menos e menos especial”, acrescentou o astro inglês, filho de pais nigerianos.

Na ocasião, David também destacou o papel fundamental das produtoras de filmes em escolher quais histórias serão contadas no cinema.

“Podemos entrar em várias discussões sobre as razões pelas quais a diversidade continua sendo um problema, mas, honestamente acho que do que tenho mais orgulho é da empresa [de produção] Pathé, que tem feito filmes sobre diversidade por algum tempo. Também fiz ‘Selma – Uma Luta Pela Igualdade’ com eles. Eles fizeram ‘Mandela – O Caminho Para a Liberdade’, ‘Orgulho e Esperança’, além de ‘As Sufragistas’ no ano passado. Essa é a diferença. Aqueles que irão fazer e aqueles que irão falar sobre isso”, finalizou Oyelowo.

Histórias relevantes

Reforçando o coro sobre a diversidade, a diretora Amma Asante concordou com David Oyelowo e defendeu mais inclusão na indústria cinematográfica.

“Podemos seguir direções diferentes. Depende de nós, do público, dos produtores, diretores, cineastas, nós temos que assumir a responsabilidade de saber que quando temos um personagem, que ele pode ser uma mulher, de outra raça… Precisamos fazer o que a Pathé está fazendo. Contar histórias que são relevantes para o mundo e que têm personagens ligeiramente diferentes dos quais estamos tradicionalmente acostumados a ver nas telas”, explicou Asante.

Amma Asante%2C diretora do filme

Amma Asante, diretora do filme “A United Kingdom”

Foto: Divulgação

“Não basta só os produtores [quererem falar sobre isso], mas também os financiadores e todos os atores maravilhosos como Rosamund [Pike] e Jack [Davenport], Jessica [Oyelowo], Tom [Felton] e Laura [Carmichael], que quiseram trabalhar conosco e contribuir. Trazer o peso deles para essa história, para as bilheterias, o peso do nome e importância deles. Tudo isso fará com que o público queira ver este filme”, acrescentou a diretora.

London Film Festival

Explorando a diversidade no cinema, o London Film Festival ainda contará com a exibição do drama escravagista “The Birth of a Nation” e do thriller psicológico “Nocturnal Animals”, de Tom Ford, entre outros títulos. Mais de 200 filmes estão presentes na programação durante os 12 dias do festival, que terminará no dia 16 de outubro com a première europeia de “Free Fire”.

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