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Mostra na Caixa revela novos artistas

21st novembro 2016   ·   0 Comments

Exposição de artes visuais tem entrada gratuita e fica até o dia 31 de dezembro

Rio – A ‘Mostra Bienal Caixa de Novos Artistas’ tem como objetivo incentivar e promover artistas que se destacam na cena do país, proporcionando acesso a espaços culturais de qualidade. Depois de passagens por São Paulo, Brasília, Fortaleza, Recife e Salvador, a exposição fica em exibição, gratuitamente, até 31 de dezembro, no prédio da Caixa Cultural da Rua Almirante Barroso, no Centro do Rio.

A mostra é voltada para a categoria de Artes Visuais (fotografia, escultura, pintura, gravura, grafite, desenho, objeto, instalação, videoinstalação, intervenção e novas tecnologias). A artista, fotógrafa, pesquisadora e professora carioca Claudia Elias expõe sua obra ‘Estrangeiro em mim’ e conferiu a passagem do projeto por Fortaleza, São Paulo e Brasília.

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“Recebi muito afeto do público nesses lugares, e aqui não tem sido diferente. Parece que arte contemporânea é algo distante e para um público específico, mas é para todos. Muitos se identificavam com o trabalho. Nunca experimentei nada parecido”, afirma. Ela conta que seu trabalho surgiu a partir de um presente dado por uma amiga.

“Era um espelho de bolsa. Do outro lado do espelho estava escrito ‘Esta não é Claudia’ numa clara referência à obra do artista surrealista belga René Magritte. Ali, entendi que o meu trabalho poderia atuar como um espelho para o observador”, diz, referindo-se às seis fotografias expostas de mulheres com os rostos cobertos: “A construção acontece no encontro com pessoas que cruzaram minha história pelo mundo. Esses personagens são construídos com partes de mim e de quem conheci. A história dessas viagens não é contada pelos pontos turísticos ou cartões postais, mas pelos encontros. Me modifico, me torno um pouco a pessoa. Tanto que nos figurinos das fotos sempre tem um elemento de quem conheci, desde um grampo até um animal”, revela sobre o trabalho, que propõe “fechar os olhos para ver melhor”, num mundo que sofre do excesso de imagens.

Simone Cupello traz ‘Sem nome’, uma das esculturas expostas na mesma mostra, e também propõe esconder partes da imagem. A obra é feita de uma ‘casca’ de fotografias do avesso e em forma de casulo, que revelam dedicatórias, fazendo uma espécie de apelo à memória afetiva. “O trabalho partiu da pergunta: para onde olha quem olha para a foto? Dentro, são fotos de pessoas olhando para câmera, famílias, jogadores de futebol, misses. Tem fotos a partir dos anos 20. Utilizei fotos descartadas, doadas ou compradas com catadores. Isso trouxe humanidade ao trabalho. Minhas fotos não saíram diretamente de uma máquina, elas têm histórias. São do mundo, não pelo que retratam, mas por terem passado de mão em mão”, esclarece.

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